quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Belo Vale... Belo Passeio, belas paisagens, belo programa!

Esse final de semana que passou nós fomos pro meio do mato.... Cidadezinha chamada Belo Vale, pertim de BH.
Nosso amigo Eduardo sempre falava do lugar e da pousada e já tava virando sacanagem a gente não ir! kkkkk

Fomos no sábado de manhã, uma "carreata" de 4 carros (e mais tarde chegaram mais dois). A estrada já é uma coisa linda de viver... mesmo tendo um monte de ziguezagues e só ladeira abaixo e acima, é linda! Aliás, são poucas as estradas de Minas que não são bonitas (e digo BONITAS e não BOAS. Pq pra serem boas depende de investimento do governo, né? rs)... as montanhas, os vários tons de verde, marrom e amarelos (ipês)... belezura danada, sô! rsss

Chegamos na pousada e mais aquele mundaréu de mato pra lá e pra cá... e uma placa super inspiradora!
Bem assim, né? O Paraíso é a gente que faz, depende muito de nós. E aí é só saber aproveitar isso e ser feliz!

A Pousada é composta de 7 chalés (para 2, 3 e 4 pessoas) e uma casa (com 4 quartos, para 10 pessoas), uma piscina e área de churrasco (para as pessoas que alugam a casa) e o bar.

Linda a vista da Pousada, não?

 Já chegamos na hora do almoço, então ocupamos o nosso lugar ao sol, ops! Nosso lugar à churrasqueira do bar e começamos os trabalhos: homens temperando e assando as carnes, moças fazendo arroz e vinagrete (a minha tarefa). Bem que eu tinha pensado em levar tudo picadinho... Devia ter feito isso, pq demoroooou... huahauhuhahau Mas o resultado foi excelente! Ficou tudo divino! (ou seria a fome mesmo? kkkk)

No final do dia bora ver o pôr do sol nas pedras...
"Equipe" que faz tudo valer a pena! Meninas do meu coração!
Faltou só o moço do meu coração! :)

Mágico... o pôr do sol em qquer lugar é lindo. Mas aqui é mágico! Emocionante. Exuberante!!!!

Quando voltamos do pôr do sol, bora fazer mais comilança, certo?! hahahahah
Viviane ficou encarregada da canjiquinha e eu do macarrão. Na verdade o macarrão não estava na programação... levei pra fazer pq maridón estava afim de comer macarronada...
A novidade foi fazer a comida em fogão de lenha... eu nunca tinha feito, só saboreado. E achei ótimo! Por dois motivos: 1 - ficou gostoso; 2 - fiquei quentinha hahahhaha
 Sandro ia tomando conta do fogo pra não apagar (logo ele q trabalha apagando) e nós ora cozinhávamos, ora papeávamos e tomavámos umas...

Domingo de manhã tomamos o café e logo saímos! O dia seria curto, então era preciso aproveitar logo!
Começamos o passeio no Museu do Escravo, no centro de Belo Vale. Olha... é uma visita que vale a pena, mas a gente arrepia com as histórias, a gente entristece com as histórias... mexe demais! Muito sofrimento e dor....
A primeira parte da visita é aí nesse pátio, que é a reprodução dos pátios antigos, onde os escravos ficavam presos aos troncos...
Imaginar como era a história desse povo desde o início, quando eram pegos na África... não dá pra contar, pq vira um livro! É fascinante ao msm tempo que chocante...
Depois a gente entra na senzala, que é esse galpão em U. Nele estão um tear e rocas originais da época, onde as escravas gordas trabalhavam tecendo as roupas. Depois seguem os instrumentos de castigos... eu arrepiava com as histórias! Dá vontade de chorar, pq a guia contou como cada um funcionava, pra que servia... pensar que eram negros, irmãos de pele dos escravos, eram esses caras que criavam esses instrumentos de tortura, pq sabiam exatamente o que machucaria seus irmãos de pele... Independente da cor da pele, os ricos eram (e muitos ainda são) muito cruéis! Desumanos!
Depois dos instrumentos de tortura (originais tbm), tem reproduções de um túmulo de um escravo desconhecido (a história é interessante), uma liteira, as camas (originais) de solteiros, casais e viúvos. A reprodução de uma casa de escravos (quando fugiam e conseguiam construir), reprodução de armas de tribos indígenas (os primeiros "escravizados" no Brasil - pelo menos os Portugueses tentaram rs) que foram usadas em um filme... Reprodução de vestimentas, armas dos capitães do mato... e uma maquete de um quilombo, onde tivemos a explicação certinha da forma que eram construídos e dos porquês.
Na parte da frente, no casarão, outra parte do museu, onde estão expostos móveis, utensílios de porcelana (ai, que lindoooooos!!!), jornal antigo (citando a libertação dos escravos numa mini nota), imagens dos orixás e a relação de cada um aos santos católicos... nossa... tanta coisa!
Uma pena que não podia fotografar! Espero que quando eu voltar já possa fotografar! :)

De lá fomos visitar a Fazenda Boa Esperança, famosíssima na região e muito importante na história de Minas (e a gente nem fica sabendo, né?). O "Barão de Paraopeba", ou Barão Romualdo José Monteiro de Barros, homem político, era o proprietário da fazenda. Linda e imponente!!!!
Historinhas da Fazenda...
1- ele contratou um engenheiro para fazer o desenho do casarão. Quando ficou pronto e o engenheiro ia embora, o Barão deu a ele o dinheiro pelo pagamento e também provisões (comida e bebida) para que pudesse chegar ao seu destino sem passar fome ou sede, já que tudo era longe. Um escravo foi acompanhando o engenheiro, que morreu após algumas refeições... estava tudo envenenado. O escravo, então, pega o dinheiro todo e leva de volta ao barão...
2- O barão teve, na maior parte do tempo, 900 escravos. Os escravos que trabalhavam dentro da casa dormiam na senzala à frente da casa (na foto acima é aquela casinha do lado direito do casarão). Os outros, que trabalhavam nas minas, dormiam nos porões, embaixo da casa... horrível... E os "teimosos" dormiam num outro "porão", porém este aberto... (não sei o que era pior, se o fechado ou o aberto...)
3 - O casarão tem vários quartos... muitos mesmo! E todos eles tem portas interligando uns aos outros. Por que? Uai... simplesmente para poder vigiar as filhas e baronesa e etc, para que não fizessem nada de errado!
4 - As filhas do Barão tinham um pátio específico para tomarem banho de sol. O mesmo pátio que tinha entrada para os porões dos escravos, mas como eles saíam cedo para trabalhar e só voltavam para dormir, eles não se encontravam. O detalhe é que as moças tomavam banho de sol com roupas de golas altas, mangas e saias compridas... não sei bem onde o sol batia, rsss
5 - O Barão sofreu um acidente numa das suas minas, que desabou enquanto ele inspecionava o trabalho. Ficou soterrado nos escombros mas foi tirado de lá com vida. Ficou muito mal e viveu por mais um ano acamado. Solicitou em seu testamento que fosse enterrado com funeral sem pompas e que celebrassem 100 missas por sua alma (deixou 1000 réis para cada uma delas).

Hoje em dia dizem que o casarão é mal assombrado. Não duvido... As almas que sofreram ali com certeza devem ter dificuldade de ir embora, mesmo depois de tanto tempo... Só sei que eu não ficaria ali sozinha por muito tempo de dia... imagine a noite? E, sim... tem um segurança noturno lá que adora trabalhar nesse horário! Tá louco! rsss

Toda a história do casarão está registrada neste livro. Só que ele não está à venda assim, tão fácil... a venda é direta com o autor. É um ótimo livro! Muito bem escrito, ilustrado, diagramado e impresso. Muita qualidade para um valor bem acessível!


Do casarão fomos para a Cachoeira da Boa Esperança, que está dentro da área da fazenda. Infelizmente, apesar de ser uma área tombada pelo IEPHA-MG (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico), não existe um cuidado para preservar o local (a Fazenda inteira)... o casarão tem uma pessoa que toma conta, mas a cachoeira... qquer um entra e faz o que quiser. Tem cerca, mas não tem preservação. Triste...

A cachoeira tem um monte de quedas... coisa mais linda de ver! A água é gelaaaada de doer os ossos! Mas é deliciosa!!!

Eu andava com uma dor imensa nas pernas... agachar não era comigo! Fazia já uns 3 dias (veiera danada, sô!). Entrei, congelei os ossos, mergulhei, meditei... e qndo saí, não sentia mais as dores! uhuuuu!!! Delícia demais!


Não ficamos muito tempo na cachoeira pq tbm não queríamos ir embora tarde, então voltamos pra Pousada, almoçamos um "restodonti" e a Marcia chamou pra ir buscar mexerica. Uai! Fui, né?
Olha... é LINDO entrar num mexeriqueiro! rsss E pegar a mexerica no pé, descascar e chupar na hora, não tem preço! A mexerica mais doce que lembro de ter comido... deliciosa... perfeita!!

E aí voltamos para a pousada... nadamos um pouco na piscina (aproveitando que o pessoal que alugou a casa já tinha ido embora rs) e fomos arrumar as coisas para ir embora... ai, ai... saí de lá já com saudades...

E, sim... eu voltarei! Com certeza!!! :)

E o sol foi indo embora junto com a gente...
PS: para terem ideia de como é a estrada que comentei lá no início do post... estão vendo nessa foto ela lá embaixo? Pois é... passamos por ela tbm! :)

Foi assim esse maravilhoso final de semana! Perfeito! Pra ficar melhor só se tivesse um dia a mais! :)

Sei que o post foi longo... mas foi um dos mais prazerosos de escrever deste ano! Espero que tenham gostado!

PS: tem muito mais fotos, claro... no total foram mais de 300... postei algumas bem significativas no face, num álbum chamado "Belo Vale". É fechado só para os meus amigos... hehehe
PS2: O site da pousada é esse aqui. Conta um bocado da história da cidade tbm. Lindo e interessante!

Nenhum comentário:

Postar um comentário